sábado, 17 de agosto de 2019

O que é importante?




Nessa postagem vou abandonar o tom jocoso que sempre utilizo, por isso não estranhem. Um colega meu estava abalado, seu pai sofreu um AVC, está na UTI e provavelmente o velho vai morrer ou ficar todo travadão pelo resto da vida em cima de uma cama, foi um duro golpe.

Isso me lembrou do tempo em que passei as noites no hospital como acompanhante de minha falecida avó. Um grande salão, cheio de macas e enfermos, gemidos, enfermeiros andando de um lado para o outro, médicos no computador em umas mesas ao centro do grande salão. Chegava um de maca, depois de dias, a notícia de sua morte. As noites onde a calmaria era atormentada por um gemido, ou uma movimentação de maca, algum familiar chegando de madrugada por causa da notícia da morte de um parente. As expressões de tristeza extrema, outras faces imóveis e concretadas, outros chorando com olhos arregalados, alguns apenas com uma fisionomia séria e inconsolável diante da morte de um entre querido. Faces, semblantes, fisionomias diferentes confrontando a morte que levava soturnamente seu ente querido. Uns chegam e outros saem, e é assim o tempo todo, como um embarque e desembarque da "estação morte", o que aqueles parentes sentiam, o que eles aprendiam com a vida, com aquilo?

Em outras madrugadas, a noite passava calma, mas com um ar funesto de cemitério, ali havia, a gélida neblina da morte, na surdina, ela levava mais um, a vida é frágil demais. O que está vivo, está vivo, até que um segundo depois já não está, está morto.

O desespero do meu colega, as lágrimas rolando, ele relatando, o presente momento, quando ele, de sobressalto viu, travando e andando, com dificuldade falando, o pai ali, tendo AVC, em sua frente, cabalante sentou-se, a palpitação do coração do filho, acelerado, é só o que ouvia, coração, no tum-tum, ligar para alguém, hospital, e agora? Ô mãe, vem aqui, ligar para o táxi, cuida do pai...

Aqueles segundos que parecem horas. Onde o tempo misteriosamente se alonga, se estica como elástico. A vida é frágil. Diante da morte, da brevidade da vida, o que importa? E a vida é o quê? Nascemos e morremos; e o que se faz entre esses dois acontecimentos?

Resultado de imagem para nascimentoResultado de imagem para vampiro caixao


O bom da vida é comer buceta rosa, disso eu tenho certeza e o Rei Leônidas de Esparta vai concordar comigo. Mas na vida existe o que é bom e o que é importante. Na velhice é que vemos o que é importante e a falta daquilo nos dará a sensação de ter desperdiçado a vida toda. Quando estivermos no leito de morte e olharmos para trás no tempo, do que nos orgulharemos e do que nos arrependeremos?

O que é mais valioso na vida são os valores abstratos, o sentimento, o afeto entre as pessoas, o amor verdadeiro, a honra, o comprometimento, o tempo, a saúde. Afinal, isso são coisas que o dinheiro não compra, e quão miserável é o homem que não ama, que não é amado e que não se dedica as virtudes e ao aperfeiçoamento pessoal em todos os níveis? Um indivíduo assim, terá quais lembranças na velhice?

"Comi um monte de mulher, ganhei dinheiro, viajei, mas não passei tempo suficiente com meus pais, não ensinei nada a meus filhos e traí minha mulher. Agora velho, espero a morte, nesse leito solitário." A culpa o matará, e ainda em vida, será um homem morto, porque por dentro sofre de uma enfermidade causada por si mesmo, apequenou-se na honra e matou suas virtudes.

Na vida, ora se faz aquilo que gostamos, ora se faz aquilo que tem que ser feito. E aquilo que é importante, é aquilo que tem que ser feito, mas só saberemos o que é importante se pudermos mentalmente fazer a abstração de nos vermos velhos no nosso leito de morte olhando para trás no tempo e vendo a vida que tivemos.

Por isso valorize as pessoas que você ama, dê um abraço no seu pai, na sua mãe. Construa uma família com uma mulher virtuosa, para que os seus filhos tenham bons aprendizados. Por mais que isso possa ser um chavão repetido a todo custo pelos gurus de autoajuda, é uma ideia importante se souber colocá-la dentro de um contexto amplo que faça sentido e que melhore as suas ações e sua postura para com os seus.

Você não terá para sempre a idade que tem, o tempo passa e cada dia vivido é um dia a menos e a morte se aproxima. Aproveite a vida, se tornando melhor em todos os sentidos e fazendo também aquilo que gosta, nem que seja ler um parágrafo por dia do livro que você quer. Ou visitar os pais, ou pessoas importantes duas vezes ao mês. E para saber se é importante, como eu já disse, se imagine velho e pense se aquilo realmente te fará falta ao olhar para trás.

E eu não falo de religião, religião é fanatismo, cada um com seu livrinho em baixo do braço, se tornando bitolado e bitolando os outros, por causa que não são corajosos para seguir as próprias vidas, por isso seguem e são enganados por padres, pastores, médiuns, gurus de autoajuda, gurus místicos, esotéricos, astrólogos, gurus veganos, feministas cabeludas, movimento da real, masculinismo, MGTOW, cientistas, personal-trainners modinhas, coach de PNL quântica, falsos médicos, nutricionistas, psicólogas putas, e qualquer outra frescura que só existe porque você não é homem suficiente para trilhar o seu caminho e se responsabilizar pela sua vida, quer ser eternamente uma criança que dá a mão para alguém, caso contrário fica com medo de andar, bunda-mole.

Para mim tudo que está no paragrafo anterior é religião, é fanatismo e foda-se. Não siga crença nenhuma, siga apenas você, não se limite, e pense aquilo que é importante para você quando você estiver no seu leito de morte. Eu sei o que é importante para mim, descubra você o que é importante para você. Seja um ser pensante e não um papagaio, leia de tudo, pense, reflita e não saia por aí repetindo o que leu igual um idiota; sua palavras não valem nada, o que vale é a mudança que você causa na sua vida através de suas AÇÕES, entendeu seu merda.

Não é para ficar sentimental e viadinho é só para entender as coisas de forma mais profunda. Analisar como foi o seu dia e todas as ações que tomou. E comam bastante buceta que é bom demais.


3 comentários:

  1. Fala Maromba não conhecia seu blog, vou acompanhá-lo nas próximas postagens ...

    Perdi um avô com AVC e meu pai está no segundo AVC esquemico !!
    É uma situação horrível, principalmente no caso do meu avô que foi hemorrágico, ele ficou internado uns 20 dias antes de falecer. Foi horrível ir visitá-lo e ver a condição que estava, meu avô sempre foi símbolo de força pra mim e vê-lo naquela situação foi muito ruim....

    Saúde é super importante, temos que viver e fazer o que gostamos...
    Um abraço meu camarada

    ResponderExcluir